É preciso olhar sempre a boca das crianças. Vocês pais, são os responsáveis por cuidar da saúde bucal dos seus filhos entre o intervalo de uma consulta e outra no(a) Odontopediatra. Qualquer alteração detectada previamente tem um bom prognóstico e menores consequências ao paciente.
E o que devo observar Dra. Tássia?
O básico: gengiva, dentes e língua!
Imagem internet – dentes e gengiva sadios
Imagem internet – língua sadia
Na gengiva deve-se verificar a cor rosada (e não avermelhada), constatar ausência de ferimentos, de inchaço, de bolinha de pus e sangramento. E na língua, verificar se não há alteração de cor e ferimentos.Para os dentes é preciso estar atento a cor (que nos dentes de leite é bem branquinho) e ao formato. Qualquer mancha escura deve ser examinada pelo Odontopediatra.
O uso frenético de bicos artificiais (mamadeira e chupeta) traz muitos prejuízos para seu bebê. Há desmame precoce, alterações na arcada dental, disfunções respiratórias, mastigatórias, na fonoarticulação das palavras e acima de tudo, pode favorecer a dependência emocional grave da criança.Por isso, o uso deve ser feito com restrições, em casos específicos e ainda, ser eliminado o quanto antes. Vamos seguir esta ideia!
Primeira vez no dentista? Siga estas dicas:1 – escolha um bom profissional; 2 – não mintapara a criança; 3 – não deixe o seu medo afetar a criança; 4 – siga tudo o que o profissional recomendar; 5 – converse e tranquilize o seu filhoantes da consulta; 6 – nunca ameace o seu filho.
Alguns aplicativospodem ajudar bastante. Sabiam? Disney Magic Timerda Oral-Bajuda o seu filho a escovar os dentes sem pressa. Após baixá-lo, clique no botão PINCELAR e um cronômetro de 2 minutos rodará na tela. Enquanto seu filho escova os dentes (com a supervisão de um adulto) uma música tocará e um desenho surpresa vai sendo revelado na tela do seu celular ou tablet.Super legal!
*ATENÇÃO: muito cuidado ao manusear aparelhos eletrônicos próximos da água. Risco de choque!
Horas de sono e atividades físicas devem fazer parte da rotina das crianças (além de uma boa higiene bucal)! 😉
Leia abaixo o trecho da notícia imperdível publicada no BEM ESTAR – G1
Para crianças de até 1 ano é indicado (segundo a OMS):
Atividades físicas várias vezes ao dia de várias maneiras, particularmente através de jogos interativos no chão. Para aqueles que ainda não sentam ou andam, isso inclui pelo menos 30 minutos em posição de bruços ao longo do dia enquanto acordados.
Não deve ser contido por mais de uma hora por vez (por exemplo, carrinhos de bebê, cadeiras altas ou amarrados nas costas de um cuidador).
O tempo de tela (tablet, celular…) não é recomendado!
Ter 14 a 17 horas (0 a 3 meses de idade) ou 12 a 16 horas (4 a 11 meses de idade) de sono de boa qualidade, incluindo cochilos.
Para crianças de 1 a 2 anos:
Passar pelo menos 180 minutos em uma variedade de tipos de atividades físicas em qualquer intensidade, incluindo atividade física de intensidade moderada a vigorosa, distribuída ao longo do dia. Quanto mais melhor.
Não ficar contido por mais de uma hora por vez (por exemplo, carrinhos de bebê, cadeiras altas ou amarrado nas costas de um cuidador) ou sentado por longos períodos de tempo.
Para crianças de um ano de idade, o tempo de tela sedentário (como assistir TV ou vídeos, jogar jogos de computador) não é recomendado.
Para aqueles com 2 anos de idade, o tempo de tela sedentário não deve ser superior a 1 hora; menos é melhor.
Ter de 11 a 14 horas de sono de boa qualidade, incluindo sonecas, com períodos regulares de sono e despertar.
Para crianças de 3 a 4 anos:
Passar pelo menos 180 minutos em uma variedade de tipos de atividades físicas em qualquer intensidade, das quais pelo menos 60 minutos são atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa, espalhadas ao longo do dia; mais é melhor.
Não ficar contido por mais de uma hora por vez (por exemplo, carrinhos de bebê, cadeiras altas ou amarrado nas costas de um cuidador) ou sentado por longos períodos de tempo.
O tempo de tela não deve exceder uma hora; menos é melhor.
Ter de 10 a 13 horas de sono de boa qualidade, que podem incluir um cochilo, com períodos regulares de sono e de despertar.
A internet está repleta de receitas de creme dental caseiro. Alguns ingredientes utilizados são a cúrcuma, o bicarbonato de sódio e até o mel. Porém, não há evidência científica que comprove a eficácia destes cremes e mais: estas receitas NÃO são testadas e aprovadas. Então, não caia nessa!
1 – Leve o kit de higiene bucal em QUALQUER lugar; 2 – Escove os dentes TODOS os dias; 3 – NADA de PRESSA na hora da escovação; 4 – REDUZA os doces; 5 – CONSULTE o Odontopediatra regularmente!
Intimamente ligada à ingestão excessiva de flúor, a fluorose caracteriza-se por manchas (estrias) esbranquiçadas que aparecem nos dentes permanentes. Em casos severos, ocasiona a perda de estrutura dentária. “O flúor é um benefício maravilhoso, mas precisa ser usado com cuidado”, Mary Hayes, Odontopediatra de Chicago.
Estudos realizados no Brasil, indicaram uma alta prevalência de fluorose em crianças de Teresina – Piauí (Moura et al., 2016); prevalência estacionária entre 1998 e 2010 na cidade de São Paulo (Narvai et al., 2013) e baixa prevalência no sul do nosso país (Azevedo et al., 2014).
Nos Estados Unidos,pais de mais de 5 mil crianças de 3 a 15 anos foram entrevistados e concluiu-se que 40% das crianças norte-americanas entre 3 e 6 anos costumam encher a escova com o creme dental – fato super perigoso para desenvolver a doença.
Mas, lembrando que somente o EXCESSO de flúor é prejudicial. A exposição ao flúor da água potável, o consumo de alimentos preparados com água fluoretada e a escovação diária com creme dental com flúor podem ser recomendadas para controlar a progressão da cárie em nível populacional (Aimée et al., 2017).
Bibliografia consultada:
Epidemiological surveillance of dental fluorosis in a city with a tropical climate with a fluoridated public drinking water supply; Moura et al., 2016.
Dental fluorosis in children from São Paulo, Southeastern Brazil, 1998-2010; Narvai et al., 2013.
Factors associated with dental fluorosis in school children in southern Brazil: a cross-sectional study; Azevedo et al., 2014.
Dental caries, fluorosis, oral health determinants, and quality of life in adolescents; Aimée et al., 2017.